No Brasil, um modelo histórico resiste ao tempo e continua a nos encher os olhos quando em desfiles e cerimonias oficiais.
Trata-se do Rolls-Royce Silver Wraith, que desde o início da década de 1950, vem sendo utilizado pelos presidentes da república.
A Paíto Motors te conta um pouco da história desse espetacular e belíssimo veículo.
Rolls-Royce Silver Wraith: o carro da presidência
A história do Silver Wraith da presidência é marcada por disputas, controversas e diferentes versões que ocupam o imaginário coletivo.
Durante algum tempo circulou a informação que os veículos haviam sido dados de presente pela Rainha Elizabeth II da Inglaterra.
Há ainda versões que o colocam como um presente de Assis Chateaubriand a Getúlio Vargas.
Nenhuma dessas insinuações está correta, o que não impede que o Silver Wraith tenha uma história incrível.
Quando Getúlio toma posse para o seu segundo mandato, em 1951, a presidência contava com dois Cadillacs como carros oficiais.
O primeiro era um modelo fechado de 1941, e o segundo, um modelo aberto de 1947.
No mesmo ano da posse, o Major Ene Garcez dos Reis, que era chefe pessoal da presidência e responsável pelo serviço de transporte, recebe ordens para trocar os automóveis.
O major, então, parte a procura dos novos modelos que irão servir a presidência, realizando coleta de preços nos Estados Unidos e Inglaterra.
É escolhido então, dois modelos da Rolls-Royce pelas condições apresentadas.
Embora atualmente só nos lembremos do modelo conversível, a presidência da época encomendou, também, um modelo fechado.
Vale lembrar que nesse momento a companhia inglesa trabalha com a política de um modelo único de chassis.
Dessa forma, a carroceria era personalizada e adquirida à parte pelos compradores, o que aumentava a capacidade de customização.
Há indícios, inclusive, que essa capacidade, com a possibilidade de um modelo aberto, pesou na decisão final.
A carroceria foi produzida pela H.J. Mulliner, empresa inglesa tradicional que, posteriormente, foi adquirida pela Rolls-Royce.
Além da carroceria fechada e aberta, foi solicitado uma série de detalhes especiais como plataforma no para-choque traseiro e estribos laterais, para a segurança, por exemplo.
Os automóveis começaram a ser fabricados em abril de 1952, com um custo de $ 6.205,00 libras para o modelo Fechado e $ 7.949,00 libras para o modelo aberto.
Com o preço pago pelo modelo aberto seria possível comprar 7 automóveis do tipo Jaguar XK 120.
Mas, não foram os valores os grandes responsáveis pela polêmica em torno da aquisição dos veículos.
Na década de 1940 a balança comercial brasileira sofria com seguidos déficits e houve um boom na compra de artigos de luxo.
Visando mudar essa situação, o governo havia adotado uma série de medidas comerciais restringindo, inclusive, a importação desses artigos.
A ideia era estimular que, ao invés de gastar com esse tipo de item, os valores fossem investidos no próprio país.
Embora as leis fossem de um período anterior a Getúlio, e, na prática, muitos a burlassem, a aquisição não escapou de questionamentos.
Especialmente, quando em 28 de julho de 1953, o Senador Alencastro Guimarães, denunciou a licença para importação não de 2, mas de 4 automóveis.
Segundo o senador, os dois carros extras seriam vendidos de forma ilícita por uma firma particular.
Quando analisamos o pedido oficial feito a fábrica, realmente causa estranheza, uma vez que esse requer os dois modelos já citados acima, com todas as especificações e mais dois veículos convencionais. O argumento era de que ao chegar ao Brasil seria feita uma escolha entre os 4 modelos.
Porém, se havia essa possibilidade, porque ser tão específico quanto às alterações que deveriam ser realizadas?
Com as pressões políticas, o governo decidiu abrir mão desses carros sobressalentes, os vendendo à importadora.
Vídeo/Reprodução: Canal Planaltono Youtube.com – Título do Vídeo: Conheça o Rolls-Royce Oficial da Presidência da República. Descrição: O Rolls-Royce modelo Silver Wraith conversível foi transportado de Londres ao Rio de Janeiro em 1953, para ser entregue ao ex-presidente Getúlio Vargas. Desde então, foi utilizado por todos os presidentes durante os desfiles de 7 de setembro, além de outras datas comemorativas, como as cerimônias de posse. Em 1960, o veículo realizou sua mais longa viagem, levando o então presidente Juscelino Kubitschek do Palácio do Catete, no Rio, até a nova capital, Brasília. Além dos chefes de Estado brasileiros, nele desfilaram personalidades como a rainha Elizabeth II, o astronauta Yuri Gagarin e a miss universo Ieda Maria Vargas.
Mas, não para por aí…
Em um próximo artigo, continuaremos a contar o restante da história desse icônico carro que até hoje ainda é utilizado pela presidência.
E para saber mais sobre todas as novidades que rolam na Paíto Motors, curta nossas páginas nas redes sociais.
Até a próxima!
Excelente matéria ! 👏🏻👏🏻👏🏻